
2Rs 6:1 E DISSERAM os filhos dos profetas a Eliseu: Eis que o lugar em que habitamos diante da tua face, nos é estreito.
2Rs 6:2 Vamos, pois, até ao Jordão e tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar para habitar. E disse ele: Ide.
2Rs 6:3 E disse um: Serve-te de ires com os teus servos. E disse: Eu irei.
2Rs 6:4 E foi com eles; e, chegando eles ao Jordão, cortaram madeira.
2Rs 6:5 E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado.
2Rs 6:6 E disse o homem de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.
2Rs 6:7 E disse: Levanta-o. Então ele estendeu a sua mão e o tomou.
No texto que lemos se encontra uma das passagens mais interessantes de toda a Palavra de Deus.
Nele está o profeta Eliseu com uma missão ímpar: resgatar um ferro de machado que caiu no rio Jordão.
Quando olhamos este texto devemos pensar porque Deus deixou ou quis que este texto estivesse na Bíblia? Penso que a resposta para isso foi o motivo, a conduta, o resultado e o significado para não apenas aquelas vidas mas para nossas vidas até o dia de hoje.
Primeiro vamos ver o motivo: a escola dos profetas acontecia dentro da casa de Elias que já havia subido ao céu em um redemoinho, mas como se tratava de um lugar pequeno precisava ser ampliado. Aqui entra algo interessante: não se trata de criar algo novo, mas de ampliar o existente.
Nos dias de hoje há muitos modismos surgindo: nova unção, novo agir, novo evangelho, novo método, novo isso, novo aquilo, parecendo que tudo quando Deus nos deixou através de sua palavra ao longo dos séculos, não tem mais valor.
Interessante que esta geração acha que pode mudar padrões que foram utilizados por Deus desde a criação do mundo.
Padrões que funcionaram com santos de Deus no passado e que continuam funcionando com todos aqueles que querem e buscam a verdade.
Padrões que funcionaram com Pedro, Paulo, Silas, Tiago, João, etc, etc, muitos dizem: hoje a igreja precisa de algo mais moderno.
Não estou sendo e nem querendo ser antiquado ou usar de nostalgia, apenas afirmo que os métodos de Deus em sua palavra ainda funcionam e são os melhores que podemos ter e utilizar para ganharmos almas para Cristo.
Nos dias atuais muitas igrejas estão se aproximando tanto do mundo achando que com isso atraem mais pessoas para Cristo que as vezes penso se temos uma igreja ganhando o mundo ou o mundo ganhando a igreja.
A Bíblia é bem clara: não ameis o mundo nem as coisas que no mundo há. Quem é da luz se aproxima da luz para que suas obras sejam manifestas em Deus. Alguém diz, mas precisamos ganhar os perdidos. Sim precisamos e para isso basta que sejamos crentes verdadeiros em uma igreja verdadeira. A luz atrai aqueles que estão nas trevas e que desejam sair delas.
Você quer ganhar mais almas para Cristo? Mostre Jesus em você e deixe os perdidos virem Jesus em sua igreja. Há alguns anos atrás não havia internet, redes sociais e até certos meios de comunicação como televisão e rádio eram limitados a muitos usarem pelos custos.
No entanto as pessoas vinham na igreja, atraídas não pela publicidade, mas pelo toque de Deus em seus corações para ouvirem a Palavra de Deus.
Deus tem muitas formas de agir e falar com as pessoas, devemos confiar na sua ação poderosa e convincente em vez de buscarmos metodologias questionáveis aos olhos de Deus e dos homens.
Segundo ponto a conduta: eles estavam construindo, ou seja, estavam trabalhando.
Quando de um momento para outro uma tragédia acontece: um deles perdeu o ferro do machado, fazendo com que este caísse no rio Jordão.
Precisamos entender um pouco do que acontecia naqueles dias: o machado era um instrumento muito caro naqueles idos 800 ac. Uma perda dessas poderia levar a alguém ter de trabalhar por meses para pagar a dívida.
Além disso era raro de se encontrar, não eram todos os lugares que havia um machado.
Outro detalhe importante: era comum que o ferro se soltasse do cabo, isso podemos comprovar pelos textos em Deuteronômio onde aparece a possibilidade de um ferro de machado se soltar e matar uma pessoa.
Tudo isso nos leva a entender que quem tinha pedido emprestado este machado era alguém responsável, que temia a Deus e que desejava fazer as coisas certas diante de Deus e dos homens, mas esta mesma pessoa que pediu emprestado estava agora em apuros pois o que não era seu foi perdido no rio Jordão.
Lembrando que o rio Jordão tem águas profundas e quando em época de cheias pode chegar em algumas regiões a mais de 3km de largura.
Se fosse um irresponsável talvez diria: ainda bem que não era meu. Perdeu, perdeu, azar do dono. Ou talvez ainda dissesse ao dono do machado: te livrei de um problemão, pois o machado que você emprestou estava com o cabo e o ferro frouxos e com isso poderia ter matado alguém, que bom que se perdeu no rio, não é mesmo?
Ou ainda, se alguém perguntasse – você viu o machado? Bem, estava agora aqui mesmo, ele diria.
Também pensei que estivesse aqui, mas onde foi parar? O machado de repente sumiu!
Mas não, ele era responsável, sabia que não poderia usar de falsidade, de desculpas tolas e acima de tudo sendo um dos jovens profetas sabia que Deus tudo vê e não há nada encoberto que não venha a ser revelado.
Então este jovem sai ao encontro do profeta Eliseu e de forma desesperada pede ajuda pois não sabe mais o que fazer.
Um dos pontos fortes desta passagem é a conduta do profeta Eliseu.
Ele poderia ter tomado muitas atitudes, por exemplo: você perdeu? Vai ter de pagar. Ou poderia ter dito: vamos orar a Deus para alguém trazer dinheiro para pagar este prejuízo.
Ou ainda, ter falado ao moço: como você pode ser tão irresponsável e não ter tido cuidado com algo que não era seu. Ou ainda, vou orar a Deus para ver o que devemos fazer diante de tão grande calamidade. Ou poderia reclamar: que coisa séria, já estamos em uma pobreza, lutando para melhorar e ainda acontece algo deste tipo?
Ou poderia murmurar: Deus onde tu estavas quando o ferro se soltou do cabo? Esqueceu dos teus cuidados para com teus filhos? Mas ele não fez nada disso.
O que ele fez nos chama muito a atenção do que é dependermos do Espírito e andarmos no Espírito.
Em momento algum Deus disse a ele: corta um galho e joga no rio e o ferro flutuará. Mas como ele soube o que fazer? Ele soube o que fazer como Paulo e Silas souberam o que fazer quando estavam presos!
Ele soube o que fazer assim como Paulo quando precisou enviar um lenço para curar enfermos!
Ele soube o que fazer assim como Elias no Monte Carmelo sabia sobre como agir na frente dos profetas de Baal!
Ele soube o que fazer assim como Davi sabia que, uma funda, com pedras do ribeiro derrubariam um gigante, digo isso pois foram homens que deixaram Deus os usar, sem precisar estarem perguntando a Deus o que fazer pois sabiam que Deus era com eles que Deus agiria e que eles teriam vitória pois sabiam em todo o tempo que sua fé em Deus não falharia.
Isso faz toda a diferença. Saber que Deus está com você e tudo que fizer será bem sucedido.
Nos dias de hoje há pessoas que dizem ser guinadas por Deus mas Deus nem sequer as conhece. Senhor, Senhor fizemos maravilhas.
Estes pobres desviados, ainda fizeram maravilhas porque tinham fé em Deus, mas, e os que nem maravilhas conseguem fazer?
Vivemos em um tempo em que os homens de Deus tem seus egos cada vez maiores e a dependência de Deus cada vez menores.
Não sabem para onde ir, nem o que fazer, pois não estão na direção de Deus e tudo quanto fazem dá em nada.
Eliseu usa de um galho de árvore para trazer de volta o ferro do machado. Preste bem atenção: a Madeira é um tipo de Cristo, o Cristo que foi pendurado em um madeiro.
Ele disse que quando for levantado a todos atrairei a mim. Ele é a atração principal da Palavra de Deus que é o ferro do machado.
A Palavra foi atraída pelo Cristo pois ele é a Palavra Divina, o Verbo vivo de Deus.
Quando uma mensagem é pregada fundamentada na Palavra de Deus, não de modismos, achismos, bobices e heresias, essa Palavra confronta o pecador e por causa desta confrontação ele é levado a ser atraído para Cristo afim de alcançar a libertação.
A fé vem pelo ouvi e o ouvir da Palavra de Deus. O que tem acontecido atualmente é que muitos não querem mais ouvir a palavra pregada como ela é, assim como foi escrita.
Querem um evangelho soft. Um evangelho sem compromisso. Um evangelho de sopa de doente. Não desejam algo vindo dos céus.
O mesmo acontece com a música evangélica. Não temos mais hinos com letras e músicas ungidas por Deus.
Temos apenas uma música cristã contemporânea que é tratada como diversão inocente.
Muitos hinos são tão repetitivos em suas estrofes que quase podemos dizer: são como um mantra para ludibriar a mente de muitos crentes afim de se sentirem mais confortáveis e a pensarem de forma positiva diante de seus problemas.
Deus não precisa de cânticos desta forma, que não O exaltam e glorificam Seu Nome.
O resultado: o milagre de Deus aconteceu naquele dia. Deus sempre opera seus milagres quando estamos confiando nEle e sabemos que Ele é a única resposta.
O forte deste milagre não é somente o ferro do machado ter flutuado, mas o fato de ele ter flutuado e ter ficado parado no meio da correnteza do rio e ainda na direção da madeira que Eliseu havia jogado.
Isso nos mostra claramente que quando Deus faz um milagre Ele o faz de forma completa, em outras palavras não precisamos ajudar a Deus na realização do milagre como muitos pregadores às vezes fazem, exagerando e aumentando os feitos como se Deus precisasse destas propagandas exageradas e descabidas para aumentar Sua Glória.
Todos sabemos que ferro não flutua, mas naquele momento não se tratava apenas de um ferro, mas de um ferro que estava tendo suas moléculas alteradas afim de poder flutuar.
Nosso Deus é tremendo Ele faz com que tudo em sua criação obedeça a Sua vontade, não importando muitas vezes quais foram as leis da natureza que precisem ser alteradas para que ele alcance seus propósitos.
Lembram de Jesus andando sobre as águas? O homem não foi feito para isso, mas Deus quis fazer desta forma e foi feito.
Nisso aprendemos que tudo neste mundo pode ser mudado quando Deus quer.
O grande problema que nós como adultos não conseguimos às vezes ver e entender como é grande o poder de Deus.
Quando dizemos algo a uma criança, por mais absurdo que seja, ela acredita que seja verdade, pois sua mente ainda não está apta para discernir o que é ou não verdadeiro.
Por isso Jesus disse que devemos ser como crianças para entrarmos no reino de Deus, pois o Reino de Deus é feito de atos muitas vezes impossíveis aos homens.
Lembro-me de certa feita estar em uma situação muito complicada em minha vida, onde as contas estavam se acumulando, o aluguel estava atrasado e Deus me disse que era para orar para a compra de um imóvel.
Eu em minha tolice, dizia: isso deve ser de minha cabeça pois é impossível, mas Deus falou comigo de uma forma tremenda.
Era um sábado de tarde. Tinha um jornal Zero Hora nas minhas mãos. Estava entrando no corredor da casa, quando de repente, com as portas e janelas fechadas, passou um vento forte por mim que chacoalhou aquelas folhas do jornal e uma voz que disse: Filho tu não sabes o que eu posso fazer! Nunca mais esqueci daquele dia e o que aconteceu nos dias seguintes.
Naquele jornal estava um anúncio de um imóvel. Deus abriu as portas e semanas depois estávamos morando em nosso próprio apartamento, as contas voltavam a ficar em dia e tudo foi feito no milagre de Deus.
Sem mim, Jesus disse nada podeis fazer. O ferro do machado precisa flutuar novamente nos dias de hoje.
Nunca em qualquer época da igreja se faz necessário desprezarmos os conceitos humanos, os recursos humanos, os talentos humanos que muitas vezes tem nos afastado de Deus em vez de nos aproximarmos dEle.
Precisamos voltar a dependência de Deus.
Precisamos depender de Deus mais uma vez e ver o quão grande Ele é, quão bondoso Ele quer ser para com cada um daqueles que amam sua palavra e andam em retidão.
Na alegria do Senhor que é a nossa forca, Deus te abençoe.
Ev. Jefferson Keidann